sábado, 24 de abril de 2010

Que alivio!


Viagem de férias para uma cidade do litoral do Rio de Janeiro. Que diversão. Garotada toda junta, casa enorme, festinha na cidade, praia. Essas viagens eram sempre sensacionais. Eu devia ter uns 13 anos e já curtia essas coisas.

A casa era do pai de um amigo, que, volta e meia, convidava todo pessoal da rua para passar uns dias por lá. Ela devia ter uns 6 quartos, 2 suítes, alguns banheiros e um quintal bem grande. Em um dos dias, fomos passear pela cidade. Todos juntos. Inclusive a tia e o pai do meu amigo, dono da casa. Já estávamos no caminho de volta, andando pelas ruas de terra batida da cidade, quando de repente, sem esperar, começou a bater uma vontade de ir ao banheiro. Cagar, vamos dizer assim. Por algum momento, achei de fato que daria tempo de chegar em casa tranquilamente. Engano meu. Como a vontade só aumentava, decidi apertar o passo e ir na frente. Dei alguma desculpa esdruxula para os outros, e tomei rumo.

Como era o terceiro dia, eu já sabia o caminho de volta. Então comecei a correr. Cruzei uma, duas ruas, e a distancia parecia ter aumentado naquele dia. A merda estava anunciada, literalmente. Já beliscava a cueca, quando logo avistei a casa. Corri ainda mais rápido e entrei como uma flecha pelo portão, partindo para a porta principal. Foi quando meu mundo veio abaixo. A porta estava trancada e ninguém atendia. Claro que perguntei antes se tinha alguém em casa, e disseram que sim. Mas essas coisas só acontecem quando a gente mais precisa. Não tinha jeito, tinha que liberar o material, e logo!

Não pensei duas vezes, caminhei ligeiro para o jardim da casa, e, entre a grade do jardim e um arbusto, larguei ali mesmo. E olha que saiu saindo. Neste instante, fui tomado de um alívio da porra e, ao mesmo tempo, de um desespero de saber que não podia deixar vestigios por ali. Não tinha como! Até porque nem cachorro tinha na casa pra botar a culpa.

Dei uma circulada pelo local pra pensar em como desovar o elemento. Quando, por uma clara tacada de Murphy, achei um banheiro que ficava fora da casa, do lado de trás, com a porta aberta. Não acreditava no que acabava de ver. Mas de qualquer forma, era a solução para o problema que já havia sido criado. Voltei ao local do crime, avaliei o tamanho do "problema", e procurei algumas folhas de plantas que estavam no chão. Catei algumas de mangueira, juntei-as em cima da mão, criando um tipo de luva. Peguei e rapidamente levei até o banheiro de trás (aqui vale lembrar um ponto positivo: ele estava consistente). Joguei na privada, dei descarga, um tchauzinho, e claro, lavei bastante as mãos.

Como em um golpe de sorte, voltei para frente de casa, e todos estavam chegando naquele exato momento. Cumprimentei-lhes como se nada tivesse acontecido, e continuei a curtir aqueles dias de férias. Bem mais aliviado.

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